Uma história sobre amor, escolha e aceitação.
Havia um jardim onde flores cresciam aos pares.
Rosas com rosas. Lírios com lírios. Margaridas com margaridas. Cada flor encontrava sua companheira da mesma espécie e, juntas, criavam beleza.
O jardineiro cuidava de todas com igual carinho.
Um dia, duas rosas do mesmo tom de vermelho começaram a crescer uma em direção à outra. Seus caules se entrelaçaram. Seus sentimentos se tocaram. Floresceram juntas, vibrantes e belas.
Algumas flores murmuraram:
“Isso não é natural. Rosas deveriam se unir com lírios, não com outras rosas!”
O jardineiro ouviu e respondeu com suavidade:
“Quem define o que é natural? Eu, que plantei? A natureza, que permitiu? Ou vocês, que apenas observam?
Essas duas rosas se encontraram. Se escolheram. E, juntas, florescem.
Não machucam ninguém. Não roubam água de ninguém. Não fazem sombra em ninguém.
Apenas… amam. Do jeito que conseguem amar.E o amor — seja entre quem for — nunca pode ser errado. Porque amar é a coisa mais certa que existe.”
Uma flor ousou perguntar:
“Mas e as escrituras do antigo jardineiro? Ele dizia que cada flor deveria ter seu par oposto.”
O jardineiro assentiu:
“O antigo jardineiro tinha sua sabedoria. E suas limitações. Ele via o jardim como ele entendia na época dele.
Mas eu? Eu vejo flores, não regras. Vejo amor, não julgamento.E se duas flores do mesmo tipo se amam com tanta intensidade que florescem mais bonitas juntas? Quem sou eu para dizer que estão erradas?
O amor não tem formato certo. Não tem receita. Não tem regra.
Amor é quando duas almas se encontram e decidem crescer juntas, seja qual for a forma dessas almas.”
As flores ficaram em silêncio.
E as duas rosas? Continuaram entrelaçadas, florescendo, embelezando o jardim com seu amor.
Anos depois, uma semente caiu perto delas e cresceu sob a sombra do amor das duas rosas. Quando essa nova flor desabrochou, perguntou:
“Quem são vocês?”
“Somos duas rosas que se amam”, responderam.
“E isso é… permitido?”
“Permitido? Filha, amor não pede permissão. Amor apenas acontece. E, quando é verdadeiro, é sempre lindo. Sempre certo. Sempre digno.”
A Moral
Amor entre duas pessoas do mesmo sexo não é menos amor. Não é errado. Não é pecado. Não é doença.
É apenas… amor. Na forma que essas almas escolheram viver.
Se você ama alguém do mesmo sexo, saiba: você não está errado. Você está amando. E isso é a coisa mais bonita e corajosa que alguém pode fazer.
Se você conhece alguém que ama assim, não julgue. Não condene. Não tente “consertar”. Apenas ame de volta. Aceite. Acolha.
Porque, no final, o que importa não é quem você ama. É como você ama.
E, se você ama com verdade, com respeito, com cuidado… você está certo.
Sempre.